Sem comprovação de eficácia, produtos não são aprovados pela Anvisa e podem causar alergias em contato com a pele.

As supostas receitas caseiras têm entre seus ingredientes itens disponíveis em casa. São dicas que acumulam milhares de visualizações nas redes sociais neste período de explosão dos casos de dengue. Algumas combinam álcool 70%, cravo-da-índia e óleo corporal em uma mistura que deveria espantar o mosquito Aedes Aegypti quando passada na pele.

Outras dicas sugerem produtos à base de citronela ou de andiroba como repelentes.

Produtos sem eficácia comprovada

O primeiro problema quando se trata de soluções caseiras é a falta de comprovação de eficácia, que vem acompanhada de falta de padronização nas supostas receitas, modo de uso e duração da proteção alegada.

Vânia Rodrigues Leite, professora do Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Unifesp, explica que toda formulação caseira, seja uma tentativa de medicamento ou de cosmético, nunca é segura por si só.

O gerente de projetos e estudos da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), Vagner Miguel, também alerta que inseticidas considerados naturais, à base andiroba e óleo de cravo, por exemplo não possuem uma efetividade comprovada contra o mosquito da dengue.

O farmacêutico ainda pontua que nenhum desses produtos é aprovado pela Anvisa e, por isso, devem ser evitados. “É importante lembrar que, uma vez que não há essa demonstração de eficácia, essas receitas podem não proteger adequadamente”, comenta.

Outra questão sinalizada pelos especialistas é que, mais do que serem ineficientes contra o mosquito, essas soluções podem causar outros problemas.

Vânia lembra que, por não passarem por nenhum tipo de teste, produtos caseiros podem provocar reações inesperadas no corpo, como alergias.

O que funciona para espantar o mosquito?

As medidas mais efetivas para espantar os mosquitos se dividem entre as barreiras físicas, como telas, e as barreiras químicas, como repelentes e inseticidas. 

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